Noivos : Kamille Viola e Gilberto Porcidonio
◊ ANTES DO CASAMENTO
História do casal: Nos conhecemos em 2012, na Casa da Matriz, uma casa noturna aqui do Rio. Dois meses depois, estávamos namorando. A coincidência: nós dois somos jornalistas, temos muitos amigos e conhecidos em comum, mas nunca tínhamos sido apresentados.
Temos muitas afinidades, entre elas o gosto pela música e gastronomia. Amamos ir a shows juntos e conhecer novos restaurantes. Como eu sou repórter de gastronomia e o Gilberto também faz matérias sobre o tema de vez em quando, estamos sempre buscando novidades na área. E a nossa maior paixão é viajar, sempre que podemos damos uma escapada.
O pedido de casamento: Já morávamos juntos há quase dois anos, mas tínhamos vontade de casar formalmente, inclusive na igreja, já que a família do Gilberto é muito religiosa. Um dia, falávamos sobre alguém que iria casar e ele disse: “Você acha que eu ia te pedir em casamento, assim, do nada?” Quando vi, tinha uma caixinha com a aliança no meu colo. Foi surpresa MESMO (risos)!
◊ O CASAMENTO
Os preparativos: Marcamos a data oito meses antes. Porém, quando íamos fechar, o jornal onde eu trabalhava começou a ter problemas (atrasos de salário e coisas do gênero) e ficamos em dúvida se fecharíamos ou não o casamento. Nesse meio tempo, saí de lá e passei a trabalhar como freelancer. Resolvemos arriscar e fechamos tudo seis meses antes. Como foi num domingo, acabou que não tive problema de agenda com os fornecedores, consegui tudo o que eu queria.
Queria um cerimonial só para o dia, porque queria organizar tudo. Mas a Emanuelle Missura, que foi quem eu escolhi, me deu muitas dicas – ela só não marcou as visitas pra mim e nem foi comigo aos fornecedores, mas estava sempre em contato perguntando o que faltava. Organizar casamento dá trabalho, mas é muito bom. Estou sentindo falta (risos)! Cerimonial no dia é essencial; no resto do tempo, é um conforto.
O vestido de noiva: Eu sabia que queria algo com um toque vintage, e vinha guardando inspirações em uma pasta no computador. Um dia, porém, vi uma foto e pensei: é esse! Quando mostrei a foto que me inspirou à cerimonialista, ela sugeriu a Julia Golldenzon, que tinha modelos boho e vintage. A Julia fez um croqui baseado no que eu queria, mas com toques dela, e, à partir dali, foi criando um vestido pra mim. Ele é feito em seda pura com mangas de renda e renda aplicada em algumas partes. Não tem cauda, é rente ao chão. Não chegou a atrapalhar. Na cabeça, eu sabia que queria uma tiara dupla prateada, encontrei uma pronta, que comprei. Cheguei a pensar em alugar, mas a diferença de preço do que vi era pouca. O véu foi emprestado por uma amiga, a Renata: eu não sabia nem se queria véu, mas ela me ofereceu o dela e era bem do tamanho que eu queria, então foi o que faltava pra eu me decidir.
Dica: Acho que fazer o que fiz, que é pesquisar muito. No meu caso, o vestido era uma das prioridades, estava disposta a gastar nele e economizar em outras coisas, mas sei que existem opções em conta pra comprar e pra alugar também. A gente se casou também no civil (era muita vontade de casar, risos), usei um vestido branco que amei e foi barato.
Acessórios: Depois de muita pesquisa, escolhi um sapato prateado (cor que eu amo). A partir daí, decidi que os acessórios seriam em prata também. Não cheguei a usar nada de família, não. Só o véu da minha amiga, que serviu como o “algo emprestado” que as americanas falam.
Making of: Acordei e me despedi dele. Ele se arrumou em casa, com os pais, a irmã e o sobrinho; eu, no hotel onde iríamos passar a noite de núpcias. No meu caso, como tinha muita gente no making of (fotógrafo, cinegrafista, maquiador e o marido, duas amigas minhas), não deu nervosismo. Isso só aconteceu quando me vi pronta e com meu padrinho me esperando para irmos à igreja.
Cerimônia: Decidimos nos casar no restaurante de uns amigos nossos, no Centro Antigo, região que amamos. Então, queríamos que a igreja fosse próxima. Começamos a pesquisar e gostamos da Nossa Senhora de Bonsucesso. Quando fomos ver, foi paixão à primeira vista! E o mais curioso: quando fechamos e eu contei à minha mãe, ela ficou muda e depois me disse que tinha se casado lá! E eu não sabia, porque sou filha de segundo casamento, então não sabia de detalhes do primeiro casamento da minha mãe. Foi um elemento meio mágico da coisa toda, digamos assim.
Sobre o celebrante, queríamos o padre que batizou o noivo e com quem ele convive desde criança. Meus sogros participam de trabalhos na igreja onde ele é pároco. Porém, acabou sendo um diácono amigo dos meus sogros, que não conhecíamos, mas é uma pessoa muito simpática e fez uma cerimônia simples e bonita.
Todo mundo se emocionou muito na cerimônia. Para começar, meu pai já morreu, então eu entrei na igreja com meu tio e padrinho, que é uma pessoa muito querida por mim, somos muito próximos. Ele não tem filhos, então foi um momento único pra ele também. No vídeo do casamento, vi que o noivo chorou bastante (quando eu cheguei no altar, ele já tinha parado, risos), me emocionei. Meu irmão mais novo, que tem síndrome de Down, foi padrinho ao lado da namorada, e ele chorou muito também, foi outro momento especial. Os dois formam um casal lindo e abriram a cerimônia. Aliás, meus dois irmãos se emocionaram… Meu sobrinho entrando com as alianças foi lindo também, roubou a cena. E nossos padrinhos choraram muito, não sei como não me acabei de chorar, estava me controlando muito, pra não ficar com a cara borrada.
O noivo responde: “Eu passei o dia mentalizando coisas boas, me arrumando em casa, bem focado naquele rito de passagem mesmo, relembrando tudo o que vivemos até aquele momento e focando, também, em chorar comedidamente (já sabendo que não chorar me seria inviável, haha). Não fiquei nervoso, mas ansioso em ver tanta gente legal compartilhando da mesma energia que a gente.”
Padrinhos e madrinhas: Eram 12 casais. Os padrinhos foram de terno cinza-escuro e as madrinhas de vestido longo, da cor que quisessem – só pedi que não usasse bege claro ou preto. Um dos meninos se esqueceu que era pra usar camisa branca e gravata preta com o terno cinza, mas tudo bem, éramos noivos tranquilos (risos). Pra se ter uma ideia, dois dias antes do casamento um padrinho do noivo disse que não iria mais poder ir e a gente nem surtou. E arrumamos um padrinho que se esforçou e foi com a roupa certinha.
Damas e pajens: Só tivemos um pajem, meu sobrinho Lorenzo, de 4 anos. Ele usou terno. Estava a coisa mais linda, no vídeo dá pra ver quando ele dá tchau pra algumas pessoas na igreja.
Local da festa: A coisa mais difícil em todo o casamento foi fazer a lista de convidados. Deixamos de fora pessoas queridas e nossas mães também tentaram interferir muito. Nós dois conhecemos muita gente e temos famílias grandes, o que só complica. Quando resolvemos fazer a festa no Al-Farabi, que é uma livraria e restaurante em um sobrado no Centro, sabíamos que teríamos um número limitado de convidados – e fizemos essa escolha para caber no nosso orçamento. Foi o primeiro casamento a acontecer lá e deu quase tudo certo (algumas coisas não foram como imaginadas, mas não foi nada muito sério e nem culpa da casa: eu esqueci o alecrim que queria pôr em cima dos guardanapos de pano e esqueci das minissuculentas que seriam brinde da festa). Recebi muitos elogios à comida e à temperatura da bebida.
Como fui eu que organizei o casamento e não havia muitas referências de casamentos em livrarias no Brasil (só encontrei um!), fiz muita pesquisa em blogs especializados e sites de fotógrafos de casamento americanos. Encontrei alguns. Em geral, eram muito básicos em termos de decoração em relação aos casamentos no Brasil, então busquei inspiração neles, mas fiz muita coisa a partir da minha cabeça também, do que pesquisei. Fiz a decoração também: além de comprar e alugar o que iria usar, na véspera fui com o noivo e uma das nossas madrinhas, a Tatiana, para arrumar as coisas (penduramos varal de luz e lanternas chinesas brancas lá). Para o dia, uma amiga da minha família, a Karla, arrumou os objetos que tínhamos deixado lá na mesa do bolo, dos bem-casados e dos convidados (aluguei toalhas brancas, diferentes das do restaurante, e guardanapos de pano, além de encomendar flores e objetos decorativos, como as gaiolas).
Decoração: Fui eu que idealizei e tudo ficou quase do jeito que imaginei. Um detalhe que fugiu ao meu controle foi que um dos lugares onde encomendei os doces entregou eles com as formas marrons, e não brancas, como eu havia pedido. Porém, a Karla Curvello, que arrumou as mesas pra mim, foi sagaz e não misturou os das duas cores. O que eu faria de diferente seria frisar tanto pra ela como pra cerimonialista que tinha escolhido as formas brancas, tenho certeza de que teriam dito pra fornecedora trocar ou dariam outro jeito.
Música da festa: Dois amigos que são DJs profissionais foram os da festa: Guilherme Scarpa, daqui do Rio, e Luciano Kalatalo, de São Paulo. Eles não cobraram cachê, foi presente pros noivos. 🙂 Só precisamos alugar o som e a luz da pista de dança. A música que mais marcou foi “Anunciação”, do Alceu Valença, que foi a da valsa (ia ser essa e mais outra, mas na hora a outra travou no som e não tocava de jeito nenhum; acho que foi o destino!) e também a que escolhemos para o clipe com as imagens do casamento. É uma música que marcou nossa história.
Buffet: O buffet era da própria casa, embora tenhamos pedido algumas modificações do que eles normalmente servem. Provamos esses pedidos diferentes (de salgadinhos) e amamos tudo. Também provamos o espumante. Como conhecíamos a comida de lá, adoramos. Queríamos uma comida com uma cara bem brasileira, então servimos o picadinho, carro-chefe da casa, e uma massa, opção pros amigos que não comem carne. Foi jantar sentado. Antes, salgadinhos: empadinha, coxinha, bolinha de queijo, caldinho de feijão etc. Minha avó é uma cozinheira divina e fez sua maravilhosa empadinha aos quatro queijos pra servirmos na festa também.
Um dos motivos pelos quais eu acho essencial ter cerimonialista no dia (caso a pessoa seja controladora como eu e queira fazer tudo ela mesma antes, risos) é que a gente só comeu e bebeu por causa da equipe da Emanuelle Missura. Antes de entrarmos na festa, elas nos trouxeram o jantar. Durante a festa, nos perguntavam o tempo todo se queríamos beber ou comer (sempre queríamos beber, risos, e não passamos mal porque tínhamos jantado). No fim, consegui provar uns poucos docinhos. Mas elas também cuidaram de tudo o que sobrou e entregaram à minha mãe.
Servimos cerveja Heineken (o que só rendeu elogios, parece que estava bem gelada, risos), espumante francês Veuve d’Argent, gin tônica e uísque.
Convidados: A festa foi para 180 convidados, mas convidamos mais gente do que isso – o que foi bom, porque muita gente furou no dia. Convidamos umas 250 pessoas. Foi bem sofrido e desgastante o processo, como falei. Deixamos pessoas queridas de fora e as mães não compreendem que não dá pra chamar a família inteira. O RSVP quem fez fomos nós mesmos, que mandamos diversos e-mails e ligamos pra quem conseguimos.
A dica pras noivas de primeira viagem é mesmo convidar quem o casal quiser (a mesma dica que me deram), com 20% a mais de pessoas do que o contratato, como sempre sugerem, já que muita gente fura. Porém, acho quase impossível não ter estresse com a lista, por conta das mães. A não ser que seu orçamento permita chamar todo mundo que você gostaria, o que não foi o caso.
Minha tia-avó Olga foi uma surpresa, pois ela levou um tombo pouco tempo antes do casamento e não iria, mas se esforçou e foi, só na igreja, mesmo estando de muletas. Achei fofo demais! Os pais da minha cunhada Samanta, que moram em SP, fizeram o esforço de vir ao Rio pra cerimônia, o que foi muito legal. Aliás, amigos queridos de diversos cantos vieram pro Rio só por causa do casamento: teve gente de Belém, Recife, SP e até Nova York. Nos sentimos muito queridos!
Dicas: Uma ideia legal, que quem deu foi a Renata, minha amiga (a mesma do véu), foi de levar uma Polaroid pra festa. As meninas do cerimonial ficavam circulando com a câmera e fazendo fotos, e agora vou montar um álbum lindo com o resultado. Mas é importante ter alguém manipulando a câmera, pra não correr o risco de quebrarem nem de sumir nada – sim, sempre somem coisas em festas; na nossa, sumiram alguns guardanapos (tivemos que pagar, eram alugados) e garrafinhas que decoravam a mesa.
Também tivemos um aroma do casamento: uma amiga nossa trabalha com aromas naturais e criou um especialmente para a nossa festa. Ficou em difusores elétricos em torno da mesa do bolo e ajudou a dar um clima mais mágico ainda.
◊ APÓS O CASAMENTO
Lua-de-mel: Ainda não fomos, porque o noivo só conseguiu férias em junho! Mas será na Grécia, que a noiva já conhece e amou quando esteve.
Dicas importantes sobre a organização pós casamento + lua-de mel + novo apartamento: Já morávamos juntos antes e não mudamos de apartamento, então pouco muda pra gente nesse sentido. Mas minha dica pras noivas que vão morar junto só depois de casar é: dividam bem as tarefas dentro de casa. Não só as de cuidado com a casa, como lavar louça ou roupa, mas a administração da casa em geral. É o que mais causa brigas entre um casal, juro!
Troca de presentes: Fizemos cota de viagem para a lua de mel e estamos enviando um email para cada um. Já fomos enviando ao longo do processo, mas ainda faltam alguns (risos).
Ficha técnica:
✓ Cerimonial e Assessoria – Emanuelle Missura
✓ Celebrante – Diácono Carlos Davis
✓ Local da Cerimônia – Igreja Nossa Senhora de Bonsucesso, Centro do Rio
✓ Local da Festa – Al-Farábi
✓ Vestido de Noiva – Ateliê Julia Golldenzon
✓ Véu – Emprestado da amiga Renata Monti
✓ Grinalda e Brincos- Fiszpan
✓ Cabelo e Maquiagem – Edy Clemente
✓ Sapatos – Schutz
✓ Buquê – Studio Lily
✓ Lapelas dos padrinhos – A Mimosa Flores
✓ Alianças – Vivara
✓ Música Cerimônia (Coral, Orquestra) – Rio Cordas
✓ Foto e Filme – Foto 3
✓ Buffet – Do local
✓ DJ – Guilherme Scarpa e Luciano Kalatalo
✓ Decorador – Kamille Viola (noiva) + Karla Curvello
✓ Toalhas: M Blue Festas
✓ Louças, redomas e gaiolas: Empório Felicità
✓ Aroma do casamento: Casa Alquímica
✓ Iluminação e som da pista de dança: Boca do Trombone
✓ Mobiliário – Do local
✓ Flor – A Mimosa Flores
✓ Bolo – Celia Bolos e Doces
✓ Topo de bolo: Nanda Teixeira
✓ Doces – Louzieh e Sweet Dreams Brigadeiros
✓ Bem-casados – Abboccato
✓ Lembrancinhas – Bem-casados
✓ Convite – Wallace Rotti
✓ Carro – Chofer das Noivas
✓ Roupa do noivo – Via Veneto
✓ Ar Condicionado – do local
✓ Manobra e Segurança – não havia manobrista (a rua é só para pedestre; segurança do local)
✓ Hotel da noite de núpcias – Casa Amarelo
✓ Lua de mel – Grécia
Bom dia, adorei o artigo e fiquei muito feliz em participar desse momento muito especial.
Se puder colocar meu link na ficha técnica:
http://www.riocordas.com.br
Muito obrigado
Abraços
Que bom, nossa equipe entrará em contato. Obrigada