Casamento na fazenda de Camila e Francisco

Após terem que adiar o casamento 3 dias antes da data inicial e 5 remarcações por causa da Covid, Camila e Francisco fizeram um casamento lindo e cheio de detalhes emocionantes. 

O local do casamento escolhido para o casamento só poderia ser o Haras CMV. Haras da família da noiva e onde Camila e Francisco se conheceram. E o mais incrível é que, em apenas 20 dias, eles fizeram uma capela de ferro, com estrutura de vigas enterradas, caminho até a capela e plantação de grama; um projeto fantástico do amigo e arquiteto Piffer. Assim, Camila realizou o sonho de casar na Capela de Santa Edwiges.

Na decoração do casamento, Camila pediu para a Tuca Benetti uma entrada linda, mas sem mesa de doce tradicional. Os doces estavam em prateleiras sem que parecessem que estavam ali. O bolo da Tricia Linhares foi inspirado nos tecidos do vestido da noiva, nas flores do bouquet e também nos dois beija-flores que representavam os avôs da noiva.

Os beija-flores também estavam presentes na cerimônia, bordados no véu da noiva. O Rosner, que fez o vestido e o véu, abraçou a ideia de homenagear os avôs da Camila e bordou dois beija-flores feitos em linha com azul (something blue) no final do véu.

“Meu avô materno sempre me contou a história do beija flor, o único pássaro que “voa parado” ou “voa de ré. Meus dois avôs não estão mais aqui presentes, mas eu queria muito que eles estivessem no dia do meu casamento.”

Confira a história do casal Camila e Francisco e inspire-se nas fotos lindas do Rodrigo Sack para este casamento!

^{Os Casamentos Reais publicados no CaseMe são escritos diretamente pelos noivos, em 1ª pessoa. Nossa proposta é uma troca livre e real de experiências, sejam boas ou ruins, que ajudem outros casais que ainda estão no caminho!}

Noivos: Camila Costa e Francisco Netto

Local: Capela de Santa Edwiges / Haras CMV – Regente Feijó, SP

Data: 11 de setembro de 2021

Créditos da foto do destaque: Rodrigo Sack

História do casal:

Coincidência para alguns, Providência Divina para nós! Toda nossa história foi assim, um apanhado de amor e coincidências/providências.

Como primeira coincidência, nossos pais já se conheciam de longa data, como temos uma diferença de idade de 11 anos, não nos conhecíamos.

Éramos da mesma cidade, Presidente Prudente, os pais dele se mudaram de cidade e venderam a casa que eles cresceram para os meus pais e foi a casa que cresci e que meus pais moram até hoje.

Depois de mais de 20 anos morando em outra cidade, Francisco voltou para Prudente e nos encontramos em algumas ocasiões de trabalho dos nossos pais, já que eu trabalho com o meu e ele com o dele.

Depois de algum tempo por aqui, ele me chamou para jantar e, desde então, nossa história começou.

O pedido de casamento:

Temos muitas histórias legais juntos, inclusive um pseudo pedido de casamento, como eu costumo chamar. Foi a vez que achei que seria pedida em casamento na Itália, em uma viagem linda e romântica, onde tive até ele ajoelhado segurando um anel e tudo não passou de um mal entendido.

Passado uns anos desse pseudo pedido, estávamos conversando no final de semana e eu amo viajar, vivo olhando preços de passagens aéreas mesmo sem data para viajar. Estava fazendo exatamente isso, e as pesquisas sempre começam com NYC ou Roma, são cidades que já morei e tenho um amor por elas.

Eis que achei uma passagem para NYC com preço bom, somos muito impulsivos e intensos e Francisco disse “pode comprar, bora viajar!”

Ou seja, a viagem não foi planejada, por isso, na minha cabeça, não teria pedido de casamento. Pois, depois de ler tantos pedidos, achava que meu noivo ficaria horas planejando meu pedido (mesmo sabendo que somos intensos e isso é zero perfil dele).

Diz ele que sabia que me pediria nessa viagem, mas não sabia como. Comprou o anel com uma amiga que é dona de uma joalheria que sempre me acompanhou em todos os meus momentos.

Fomos para viagem bem despretensiosos. Antes de viajarmos, Francisco conversou com meus pais e eu não sonhava com nada.

Estávamos tomando café da manhã no hotel, batendo um mega papo sobre o futuro da vida e eis que Francisco me solta um “ainda vai um tempo para casarmos e etc…”

O que eu já estava sem esperança, ficou mais sem esperança ainda.

Perguntei o que íamos fazer, e ele me respondeu que eu que sabia. Então disse, vamos pegar a bike e ir até o Brookling, do outro lado da ponte tem um carrossel lindo, damos uma volta por lá. Todas as nossas viagens, amamos o passeio que envolve a bike.

Ele me contou depois, que quando eu disse carrossel ele pensou “é isso! Vou pedir em casamento no carrossel”. Mais uma providência divina, pois nos conhecemos no Haras da minha família, Francisco é apaixonado por cavalos e o hobby dele é o esporte com cavalos.

Chegamos no carrossel e resolvemos andar de carrossel. Tudo idéia minha, sem nem sonhar com o que estava por vir.

Sou fotógrafa (um hobby que também é um negócio hoje) e, por isso, estou sempre com a minha câmera. Fiz uma foto do carrossel linda, bem rápido, pensando que poderia criar uma série nova para vender meus quadros, e entramos no passeio.

Francisco carregou o anel dentro de uma caixinha de fio dental. Ele desmontou a caixa do fio dental e colocou o anel dentro. Pois, segundo ele, sou muito intrometida e poderia desconfiar se ele levasse de outra maneira. Na caixinha de fio dental não, pois sou a louca do fio dental.

Eu super curtindo o passeio no meu cavalinho lá, eis que esse homem deu conta de tirar o anel da caixa sem eu ver e esticou a mão para me pedir em casamento.

Eu na hora não consegui pensar em nada, meu cavalo subia e o dele descia, aquela coisa, eu em estado de choque, fiquei super emocionada.

Passeio continuou e eu em choque, lembrei de fazer uma selfie nossa. Nisso, o homem sentado atrás de nós vira e fala “olha aqui, vou fazer uma foto de vocês”.

Fiquei super feliz e realizada com o pedido e com a boa vontade do senhor que se ofereceu para fazer foto desse momento.

Quando acabou o passeio, esse mesmo senhor veio e me pediu para ligar meu AirDrop para que ele pudesse me enviar as fotos que tirou durante o pedido. Eu não conseguia acreditar nisso. Todos os meus sonhos de pedido eu sempre pensava “queria um fotografo para registrar o momento”, por ser fotografa, fotos são muito importantes para mim.

Mas, sabia que era zero perfil de Francisco contratar um fotógrafo. Entretanto, mais uma providencia divina, eu tive um fotógrafo que se solidarizou com o momento sem nós sabermos e registrou isso para nós e me enviou por Airdrop.

Ficamos noivos em outubro, fizemos uma festa de noivado em novembro e marcamos o casamento para março. Sempre soube tudo que queria na minha vez, uma delas era que não queria ficar noiva mil anos para depois casar.

Marcamos para 21.03.2020! Sonhei muito com essa data, queria muito me casar em março, pois faço aniversário em março e sempre amei meu mês.

^{Créditos: todas as fotos desta matéria são do Rodrigo Sack}

Os Preparativos:

O local do casamento só poderia ser o Haras da minha família, onde nos conhecemos.

A identidade visual do casamento foi desenvolvida pensando nesse cavalo do carrossel (em cima de uma imagem do meu convite de noivado que eu mesma fiz).

Eis que vem uma Pandemia e muda total nossos planos, nosso casamento (tenda e etc…) montado, fornecedores chegando na cidade e 3 dias antes do casamento, tivemos que enviar um video para os convidados dentro dessa estrutura montada, informando que adiaríamos nosso casamento. 

Chorei muito, fiquei muito triste, muito chateada, mas vida que segue. Sou muito de olhar para frente. Logo já comecei a pensar quando seria possível então.

Era tudo muito novo e ninguém sabia nada ainda, em todo esse tempo de pandemia, sempre tínhamos que repassar uma data para os fornecedores. Foram 5 remarcações com eles até chegar na nossa nova data.

Nos casamos em 11.09.2021! Finalmente, o grande dia chegou! Em todas as outras remarcações eu acabava remarcando por uma questão de data com fornecedores, mas não sentia que era a minha data.

Quando chegou 11.09.2021 eu tinha muita certeza que era a minha data. Muita! Mais uma providência divina!

No dia do casamento, antes da cerimônia: 

Durante a semana choveu muito, todos me ligavam preocupados como eu poderia estar, depois de tantas remarcações, tanta chuva. Mal sabiam que ainda tinha uma construção rolando com essa chuva.

E eu sempre respondia “podem vir, terá casamento, será lindo, com um céu lindo, um por do sol que sempre sonhei e um arco íris”. Dito e feito, eu tive tudo isso no dia do meu sim.

Fui uma noiva prática, mas extremamente detalhista. Eu sabia o que gostava e não gostava!

O vestido de noiva:

Meu vestido de noiva, apesar de ser bem diferente em vários aspectos, eu sabia que o modelo do vestido não seria. Foi então, depois de muitas provas, resolvi mandar fazer meu vestido com o Rodrigo Rosner. Ter pessoas especiais e com energia boa nesse momento é muito importante. Rosner é uma dessas pessoas, riso fácil!

Foi um processo delicioso ir fazer as provas com ele, minha mãe e irmã. Foi como ver esse sonho crescer.

Sempre soube que casaria com o rosto coberto e sempre soube que queria um mix de tecidos e texturas. Contra tudo que pensei, Rosner sugeriu uma renda francesa do seu acervo que tinha um leve bordado (quase não dava para ver), misturamos com point spirit, seda e conforme eu andava você conseguia enxergar um mix de tecidos, mas não dava para entender muito bem o que era. Ficou lindo!

Mas, o ponto forte que me fez querer fazer o vestido com o Rosner foi que eu queria no meu véu dois beija flores. Meu avô materno sempre me contou a historia do beija flor, o único pássaro que “voa parado” ou “voa de ré”. Meus dois avôs não estão mais aqui presentes, mas eu queria muito que eles estivessem no dia do meu casamento representados de alguma maneira. Por isso, sempre soube que teria esses dois beija-flores no meu véu.

Em TODOS lugares que fui fazer prova de vestido, ninguém gostava da idéia e cheguei a ouvir que não ficaria bom. Rosner foi o único que disse, claro que faço e vai ficar lindo. Dito e feito! Beija-flores feitos em bordado de linha com azul (meu something blue) e plumas na cauda deles, ou seja, diferente como queria, ousados, afinal tinha cor e plumas. Mas, impecavelmente elegante!

Música da cerimônia:

Eu fazia muita questão de ter uma orquestra, imaginava a sensação de uma orquestra ao ar livre. Minha prima é proprietária do Coral Chorus, ou seja, essa parte já estava fácil e escolhida.

Juntei com o orquestra Del Chiaro que, juntos, fizeram um trabalho impecável e lindo.

Fiquei muito feliz com o resultado, um dos meus pedidos era que meus pajens entrassem com a musica do filme Rei Leão, isso sempre soube. Pedi para que no começo da musical o coral fizesse barulho dos animais com a boca, cantado e ficou incrivelmente lindo. Vários convidados, inclusive, comentaram que procuravam em volta sem entender de onde vinha o som.

Local da festa:

Outra providência divina, foi que além de me casar no nosso Haras, eu que participei de toda a obra desse lugar que tenho um carinho enorme. Tínhamos um projeto e um espaço reservado para fazermos uma capela. Entretanto, nunca tiramos essa obra do papel, pois não tínhamos certeza do projeto, mas havia o espaço reservado da capela.

Mas, sempre comentei que seria um sonho completo me casar na nossa Capelinha do nosso Haras. Pois então, tenho um pai mais doido que eu, 20 dias antes do casamento cheguei com um novo projeto da capela, que um grande amigo e arquiteto Piffer desenhou em uma folha sulfite conforme eu ia comentando o que queria.

A frase que sempre falava “arcos e que mostrasse que tudo começa ou termina em Deus”.

Resumo da opera, fizemos uma capela de ferro, com estrutura de vigas enterradas, caminho até a capela e plantação de grama 20 dias antes do meu casamento. Na semana do meu casamento, estávamos terminando o caminho até a capela.

Mais uma providência, realizei o sonho de casar na nossa Capela de Santa Edwiges! Que ficou linda e uma surpresa para os convidados, ela ficou tão especial que todos os convidados queriam fazer uma foto ali.

Decoração:

Na decoração do casamento, pedi para a Tuca uma entrada linda, mas sem mesa de doce tradicional, sou uma pessoa que gosta de fazer diferente do que estão fazendo.

Pedi meus doces em umas prateleiras, sem que parecesse que estavam ali, como se fosse uma loja e os convidados entrassem dentro disso.

Tuca é uma pessoa muito fácil de trabalhar, ela entendeu que eu seria uma noiva que mandaria uma lista de plantas que queria no meu bouquet, pois cada uma teria seu significado. 

Tuca entendeu que eu ia querer participar ativamente da escolha de cada cantinho. E o melhor de tudo, ela deixou, me deixou falar, escolher participar. Achava que saberia exatamente como ia estar meu casamento, mas não! Ela foi lá e pegou tudo isso e botou dentro do bom gosto dela e virou algo muito melhor do que imaginei.

Bolos:

Os beija-flores estavam presentes na cerimônia, queria a presença deles na festa e eis que surgiu a idéia do meu bolo. Pedi para a Tricia (artista em pessoa), que fizesse meu bolo inspirado nos tecidos do meu vestido, nas flores do meu bouquet e, para finalizar, colocasse meus beija flores para representar meus avôs e que fosse meu Lladro. 

Buffet:

O Buffet Planalto, foi outro fornecedor muito elogiado por todos do casamento. O atendimento deles é algo inexplicável, sem contar a comida. Até hoje não encontrei um Buffet que reunisse tantos adjetivos bons em um só lugar.

O Buffet Planalto sugeriu fazer uma feira no final da festa, muito normal aqui na região sairmos da balada e comer pastel na feira. Então quando os convidados caminhavam até a festa eu quis que eles fizessem o trajeto por dentro das baias dos cavalos. Para entrarem no clima, uma das baias ficavam as rasteiras. No centro dessas baias tinha o café e bem casado, era isso que os convidados viam na entrada.

Na saída por esse caminho, as portas estavam abertas e tinha uma barraca de feira montada com pastel e caldo de cana.

Música da festa:

Na festa, dancei a nossa primeira música. Foi um momento muito lindo e delicioso viver esse momentinho nosso antes da festa começar.

Depois, fiz questão de dançar com meu pai uma música italiana que já começou a animação e mostrou como estávamos felizes, pois meu pai até ensaiou um passinhos antes comigo. Haha

A festa durou até o outro dia com a animação do Dj Marcelo Botelho e Fernando & Sorocaba. Eu e meu marido curtimos muitooooooo a festa, foi muito mágico e estávamos muito realizados e felizes.

Tudo isso porque estava casando com o homem da minha vida, isso era o mais lindo e importante do nosso dia! Acredito que foi especial assim, todos puderem sentir nossa energia, pois, em nenhum momento, nos esquecemos quer éramos nós dois! Sempre!

Lembrancinhas de casamento:

Sobre as rasteiras, trabalho no curtume dos meus pais. Fazemos couro curtido ao vegetal desde 1960 e eu cresci nesse meio.

Amo trabalhar com moda e amo trabalhar com couro, sou muito feliz e realizada com a minha profissão e, sendo uma noiva detalhista, claro que levaria isso para o meu casamento.

Nossos envelopes do convite de casamento foram feitos de couro curtido ao vegetal, além de ser mais sustentável é uma das maneiras mais antigas que existe de curtimento de couro legítimo.

Foi muito legal receber fotos dos nossos convidados usando nosso envelope de couro para várias finalidades.

A rasteira do nosso casamento foi desenvolvida por mim e feita com o nosso mesmo couro. As convidadas amaram, pois ficou uma rasteira impecável e linda. Além de durar muito, pois essa é a vantagem do couro.

Na última remarcação, quis reenviar um novo convite menor. Não queria fazer novo convite, pois em todo esse processo teve a nossa essência. Então, fiz uma tag que segurava o convite que acabou tendo 3 páginas e essa tag serviria como marca página para os convidados.

Tudo foi pensado com muito amor e carinho. Todos os detalhes!!!! Para os kits de hotel, não queria algo igual a todos, pedi para a minha avó de 92 anos fizesse sua tradicional bolachinha de nata com o leite do nosso Haras. Queria que meus convidados sentissem esse carinho, minha avó de 92 anos participando desse momento.

Para a última data, acrescentei um item para o nosso kit hotel, um pano de prato com o tema Santo Antônio, santo casamenteiro. Isso porque, minha outra avó de 82 anos, acabou ficando sem ter o que fazer durante a pandemia. Ela sempre foi muito ativa, saia com as amigas, dirigia e etc… Durante a pandemia ela se viu dentro de casa sem fazer nada. Minha tia e minha mãe falaram para ela voltar a costurar e, com isso, resolvi pedir esses panos de prato para ela. Assim, ela teria um projeto para fazer e eu poderia desejar as minhas convidadas um amor como o meu para as solteiras e para as casas, amor em dobro!

Todos os detalhes do casamento vinham com dizeres meus (amo escrever, como podem ver), tinha dedo e olhar meu em tudo. O álcool em spray com o melhor cheiro da vida foi da marca da minha prima a Gioscent, disponibilizei protetor de salto fino para andar na grama, escalda pés na saída, enfim… eu amei muito preparar cada momento e cada cantinho.

Poder viver isso ao lado de pessoas que eu amo, depois de um momento conturbado, estávamos todos ali presentes, foi mágico.

Foi o dia mais especial da minha vida e fico muito feliz de ter vivido isso e poder hoje escrever para esse blog que passei uma adolescência lendo!!!

Ficha técnica:

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