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5 perrengues chiques (quase) irreversíveis em casamentos

A cerimônia e a festa de casamento são cheios de detalhes e para que algo saia do script é moleza! Alguns perrengues em casamentos parecem irreversíveis e quando acontecem, você pensa: “caramba, acabou o casamento!”.

Mas com muito jogo de cintura e experiência da para resolver os imprevistos e fazer com que tudo fique bem no final. E depois de um tempo, eles se tornam engraçados além, é claro, de trazer amadurecimento para futuros problemas. 

Eu, Laura, já passei por algumas dessas ocasiões quando trabalhava com casamentos e hoje separei 5 episódios para dividir com vocês. Vamos lá!

 

Passei muitos perrengues nos casamentos, e eles foram fundamentais para a minha experiência e amadurecimento. Gosto de cada um deles de uma maneira especial. Meus erros me fizeram mais forte, e minha habilidade de contornar problemas se desenvolveu. 

Vamos aos cinco momentos em que eu não sabia o que fazer para o casamento continuar!

 

1- A igreja pegou fogo!

 

Cheguei na igreja encontrei os seguranças, cumprimentei o pessoal da igreja e fui, como de costume, organizar tudo na sacristia: lapelas, cadeira dos padrinhos, e tudo mais.

Enquanto isso umas 3 senhoras idosas chegaram e sentaram no segundo banco da igreja. De repente estou conversando com o Marcão (Marcos Jardim da Nova Geração) e chega um rapaz gritando “o sino da igreja está pegando fogo!”.

Marcão é daqueles que age 3 vezes antes de pensar, quando eu olhei para o lado ele já estava correndo para apagar o fogo. Eu corri para o telefone para chamar os bombeiros, não existia celular na época.

Feito isso pensei, e agora? Tiro as senhoras da igreja? Será que eu vou ter que cancelar o casamento? Ligo para a noiva? Ligo para a minha mãe? Meu instinto gritava para eu esperar…

Mas a minha consciência precisava avisar às senhoras e sair também da igreja, afinal essas igrejas não transmitem muita segurança em caso de fogo!

A minha esperança era o Marcão chegar rápido com boa notícia, e assim foi. Os meninos da Nova Geração usaram seus paletós para apagar o fogo e deu tudo certo.

As senhoras nunca souberam, e a noiva nem sonhou com isso! Santo Antônio deve ter dado uma força!

 

2- Temporal no Rio de Janeiro.

 

Quem mora no Rio de Janeiro sabe o quanto ele alaga em casos de muita chuva. E esse foi o caso. Era final de fevereiro e o Rio estava um caos. Chovia há mais de uma semana, e o sábado do casamento foi o dia do pior temporal.

O casamento era no Museu Histórico, antes da reforma. Como a construção é muito antiga, não existia um esquema eficiente de escoamento d’água, que hoje já instalaram. As pedras do chão, enormes, tinham fendas entre elas para escoar a água (processo antigo), mas quando o “porão” enchia, não tinha mais o que fazer, e a água sobrava.

Tínhamos um casamento grande neste dia e minha mãe (Thais de Carvalho Dias) foi para a Igreja organizar a cerimônia. Preocupada com a chuva me pediu que passasse no Museu para ver como estava. Cheguei lá e vi uma cena complicada. Não sabia nem o que dizer para a minha mãe, que não parava de pedir notícias.

O chão não estava alagado… o Museu virou uma piscina. Tínhamos mais ou menos 3 horas até que os convidados chegassem. Graças à Deus a chuva tinha parado.

Quando cheguei a Rita da Lona Cristal já estava em ação,  junto com todas as equipes de todos os serviços que estavam lá no momento: seguranças, manobristas, garçons, recepcionistas, e etc. Quem tinha rodo tomava a dianteira, quem não tinha ajudava com o que podia. Tiramos a água toda com rodos, baldes, copos, panos, mãos, pés, guardanapos e o que mais víamos pela frente que pudesse ajudar.

Foi um sufoco enorme, mas tudo deu certo no final. Provavelmente a noiva soube que “alagou um pouquinho”, mas nunca vai saber a dimensão do risco que ela correu.

 

3- Gravação da novela no caminho da igreja.

 

Sempre chegava bem cedo na igreja para organizar as cadeiras dos padrinhos, verificar banheiros e tudo mais. Já estava na São Francisco de Paula fazia bastante tempo e ninguém chegava. Olhei as horas e os padrinhos já deveriam ter chegado.

Pedi à recepcionista que fosse até a frente da igreja para verificar se os padrinhos estavam chegando pelo lado errado. Não era o caso, mas comentando com o segurança sobre o atraso, ela descobriu que as ruas de acesso à igreja estavam interditadas por causa da gravação de uma novela de época.

Quando ela me contou corri para ver o que estava acontecendo. Estavam todos os padrinhos, pais, convidados, todos presos em um engarrafamento sem fim. Ninguém passava pela gravação. Esperei uma cena interminável de 15 min acabar. Pedi para o rapaz responsável abrir passagem para o casamento.

Ele me explicou que não podia perder tempo, que estavam atrasados, e que demoraria ainda umas 4 horas de gravação. Quase surtei. Foi aí que ele entendeu a gravidade da situação e combinamos dele abrir caminho para os padrinhos e convidados passarem e depois fechariam novamente. Ele concordou e tudo fluiu. Mas fecharam novamente para continuar as gravações, com a noiva a caminho.

Combinei com ela de me ligar quando estivesse saindo do hotel para eu falar com a produção da novela e abrir passagem, mas ela esqueceu. Quando chegou na rua interditada me ligou correndo e tivemos que esperar mais 50 minutos até que a cena terminasse para a noiva passar.

Conclusão: o casamento deveria começar na igreja as 19h e só começou as 23h. Quase busquei sanduíches na rua para servir o pessoal, água eu tinha.

 

 

4- Meu cabelo pegou fogo.

 

Eu e meu marido temos uma produtora de filmes de casamento, a  AG2 Digital. E por alguns anos eu trabalhei como fotógrafa de casamento, pela AG2. Neste período gafes, calças rasgadas e tombos faziam parte da minha rotina. Mas um caso em especial foi mais complicado.

Estava tentando fazer uma foto da mesa do altar onde o buquê estava em primeiro plano. Para fazer a foto eu tive que descer quase na altura do buquê para achar o ângulo perfeito. Mas não percebi que o meu “rabo de cavalo” estava entrando inteiro na vela da mesa do altar.

De repente escutei um padrinho gritando: “a fotógrafa está pegando fogo!”, eu não percebi de imediato que era eu, e olhei rápido para outro lado para ver o que estava acontecendo. Quando virei o fogo veio junto. Eu desesperada bati com as mãos no cabelo e o fogo imediatamente apagou. Ufa.

Conclusão: fiquei de cabelo curto, todo queimado, mas não me machuquei graças à Deus. E a festa continua!

 

 

5- Barata na mãe da noiva.

 

Para finalizar a pior da histórias, na minha opinião.

As construções muito antigas geralmente tem um fosso embaixo do chão para escoar a água, como vimos no episódio da chuva. Mas esse sistema tem um problema: esse fosso muitas vezes não é acessível e por isso não é lavado, nem detetizado. Em épocas de calor e chuva saem do chão aquele bichos horrorosos que enlouquecem grande parte das mulheres.

E neste casamento as baratas estavam muito animadas. Vinham de todos os lados, voando, pelo chão, paredes e o que fazer?? Um casamento lindo, família incrível, noivos apaixonados e elas.

Colocamos todas as recepcionistas e seguranças com a função de conter a situação. Eu pouco ajudei porque tenho pânico desses bichinhos.

Mas… estava organizando o corte do bolo que seguiu com a 1ª dança dos noivos, em seguida dança com os pais. A mãe da noiva linda dançando com o pai no noivo, quando eu vejo uma barata enorme nas costas dela. Não sabia o que fazer.

Todos os convidados ali olhando, mas a ausência de gritos me indicava que ninguém ainda tinha percebido, eu tinha que ser rápida. Sublimei minha covardia e dei aquele tapão nas costas dela. A idéia era a barata cair no chão, mas ela caiu em cima do meu pé e eu não segurei e gritei bem alto de susto.

Conclusão: bati na mãe da noiva e gritei no meio da dança. Que vergonha!

 

Recentemente aconteceu comigo outra situação extrema, que eu vou contar para vocês na live de quarta-feira.

 

Até mais,

Laura Vilela

 

Leia também:

Roteiro da cerimônia de casamento: Passo a passo completo

O momento mais difícil da carreira da Thais de Carvalho Dias

Nascida no cerimonial

 

1 comentário em “5 perrengues chiques (quase) irreversíveis em casamentos”

  1. Laurinha, você e sua querida mãe têm experiências incríveis para nos contar e gosto muito de saber.
    Todas como sempre foram bem resolvidas.
    Vocês duas deveriam escrever um livro.
    Estou aguardando para saber da sua última rsrs.

    Sucesso!

    Beijos

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