In memoriam, o que é? E como fazer esta homenagem no seu casamento?
In memoriam é um termo muito usado em convites de casamento para indicar que, mesmo falecida, esta pessoa estará presente no casamento por meio da nossa memória. Significa em memória de alguém.
Que o casamento é uma festa de família, todos sabem. Mas, o que podemos fazer quando a família já não está mais completa? Como homenagear um ente querido que não está mais entre nós?
Veja nesta matéria como usar o termo In Memoriam no convite de casamento e algumas histórias de casais que fizeram homenagens belíssimas para estas pessoas muito especiais.
In memoriam é um termo em latim usado nos convites de casamento para indicar que um pai ou uma mãe é falecido.
Muita coisa mudou no design e nos textos dos convites de casamento, mas em geral ele continua com o tom solene que um casamento pede. Seja tradicional ou informal o convite de casamento é muito importante porque ele anuncia a atmosfera do casamento.
Os convites mais tradicionais começam com os pais convidando para o casamento de seus filhos. E na ausência de um dos pais o mais comum é entrar o termo em latim in memoriam ao lado ou abaixo do nome, isso vai depender do layout e do espaço no convite.
Como nos contou a Claudia Haddad da Papel a La Parte:
A linguagem está sempre em transformação, adapta-se aos “novos tempos” o tempo todo. Vemos isso frequentemente, com inclusões de novos termos ou gírias que nos auxiliam a lidar com novas tecnologias, hábitos, manias e estilos.O ato de convidar para um evento formal, como o casamento, a despeito do estilo que se usa, requer algumas regras para auxiliar na boa conduta e evitar constrangimentos, como , por exemplo, informar se um pai ou mãe, que tem seu nome impresso no convite, é falecido. Nos convites tradicionais coloca-se em latim in memoriam – por extenso ou abreviado – ao lado do nome do ente falecido e que significa Em lembrança de.Nos convites mais modernos é muito comum substituir o termo em latim por um desenho delicado de coração ou um estrelinha, também ao lado do nome. Os noivos entendem que, desta forma, a comunicação é feita de uma maneira mais leve. Há uns 15 anos atrás, essa prática era ainda “estranha” para muitas famílias mas, hoje em dia, é quase uma unanimidade quando se trata de casamentos mais jovens ou despojados.
Como inserir no convite 2 figuras paternas ou maternas?
Muitas vezes, depois de um tempo, a família se refaz e novos integrantes entram para compor o convite.
Você pode colocar os dois nomes, lado a lado ou um abaixo do outro, sendo um deles in memoriam.
⇒ Leia também a matéria: Tudo sobre convite de casamento
Histórias In Memoriam
Existem momentos na vida em que é difícil lidar com a saudade daqueles que já se foram. Em datas especiais então, parece que o coração fica ainda mais apertadinho, e tudo o que a gente gostaria, era poder trazer pra perto aqueles que amamos.
O que mais podemos fazer, além do convite, para prestar uma homenagem no dia do casamento?
Inspire-se nestas histórias e procure o seu jeito de mostrar para o universo o quanto alguém que já se foi ainda importa para você.
Fernanda e Christiano
Uma homenagem surpresa da noiva para o noivo
In memoriam – pai do noivo
Fernanda fez faculdade em Uberaba e lá conheceu Christiano. O pai dele já era falecido, mas a presença desse homem tão especial era constante na vida desse casal. “Ele era apaixonado pelo pai, sempre foi! E eu sabia que era importante a presença dele no nosso casamento!.” – disse ela.
Ela estava preparando cada detalhe do casamento e sabia que mencionar o pai dele de alguma forma era essencial. Comprou um porta-retratos bem pequenino e pegou uma foto do seu sogro com uma tia-avó de Christiano. “Eu não queria que a informação vazasse de jeito nenhum.”
Colocou a foto no buquê e Christiano só viu quando recebeu Fernanda dos braços do Pai.
“Me emociono até hoje. Ele fez uma cara de espanto e felicidade ao mesmo tempo, prendeu a respiração, segurou o choro, e eu só pensei: Valeu à pena!”
Leia a matéria: Fotografia de casamento: conheça quem faz as melhores do Brasil
Marília e Felipe
Quando as irmãs da noiva são para ela a forma mais bonita de representação do seu pai.
In memoriam – pai do noiva
“Meu pai era o grande incentivador do nosso casamento. Queria algo grande, foi conosco ver o local e estava muito feliz. Ele tinha o Felipe como um filho e sonhava em me ver casada com ele. Mas quatro meses antes do casamento sofreu um acidente mergulhando e não voltou.”
Marília viu seu chão se abrir e decidiu que não se casaria sem o pai. Seu noivo, que já havia passado pela experiência do luto com a morte da mãe, entendeu exatamente o que estava acontecendo e com amor e respeito à ela, pediu um tempo aos fornecedores do casamento.
“Todo mundo que me encontrava dizia o quanto meu pai estava feliz com o casamento, que ele só falava nisso. Eu percebi que se cancelasse, estaria matando um sonho dele, ou seja, matava um pouquinho mais ele. Então decidi manter tudo, até a data.”
Marília nunca imaginava entrar no seu casamento sem o pai. “Nenhum homem chega aos pés do meu pai na minha cabeça, e de repente olhei para as minhas irmãs. Cada uma delas tem 50% dele e juntas faziam eu me sentir como se estivesse com 100%”.
A previsão para o dia do casamento era de chuva e eles casaram no celeiro da Fazenda Vassoural. Ninguém havia casado lá ainda e foi muito legal. Climinha bucólico, tudo lindo.
O pai era fã dos Beatles e ela também. Marília escolheu a música “He comes the sun” para entrar junto com as irmãs na cerimônia. E foi a melhor escolha que ela fez. As irmãs tornaram seu dia muito feliz, com risadas, piadas e muita música.
“Incrivelmente, na hora das fotos, abriu um pôr-do-sol tão lindo que eu gosto de pensar que foi encomendado por ele. Uso como metáfora da minha vida: Mesmo depois dos dias mais chuvosos, sempre sai o sol!”
Leia a matéria: Roteiro do casamento: a cerimônia
Iris e Eduardo
Quando a homenagem tem endereço certo: o céu!
In memoriam – pai do noiva
Quando Iris decidiu casar ficou pensando em alguma forma de homenagear o pai que havia falecido tinha seis anos. Ela iria entrar na cerimônia ao lado da mãe, mas queria ele ali com ela. “Mandei gravar no véu o nome Pai”.
A entrada da noiva, normalmente, emociona as pessoas. Mas depois que Iris passou e todos puderam ver o que estava escrito em seu longo véu, foi difícil conter as lágrimas.
“Eu ouvia: Olha o que ela colocou!”
A homenagem foi linda e Iris sabe que emocionou muita gente, mas pra ela o que mais importa é saber que ele estava ali, e que ela conseguiu deixar bem claro e de maneira bem visível, o quanto ela o ama.
Uma idéia que pode ser executada de diversas formas, inclusive com frases bordadas no véu, nomes ou até desenhos no vestido. Quem lembra do vestido de noiva da Angelina Jolie com o Brad Pitt? Era todo desenhados pelos filhos.
Liana e Rômulo
Quando quem fica surpresa é a noiva
In memoriam – pai, mãe e irmão do noiva
Em um espaço de 4 anos Liana perdeu o pai, a mãe e um irmão. E pensando em uma forma de trazê-los fisicamente mais pertinho dela, Desirée confeccionou seu buquê com fotos dos três penduradas em mini porta-retratos.
Liana estava indo para o hotel se arrumar e no caminho recebeu o buquê que foi feito por uma irmã do coração. “Na hora fiquei sem saber o que dizer, mas acho que meu olhar disse tudo.”
“Quando eu perdi meu pai eu ainda não pensava em casar. Mas com o tempo de namoro comecei a pensar no assunto, e sabia que o Dandan iria entrar comigo na igreja, mas meu irmão também se foi.” – disse Liana
E quando a ideia do casamento finalmente se concretizou Liana convidou seu padrinho para entrar na igreja com ela. E foi uma escolha muito feliz!
“Meu padrinho demonstrou muita emoção e na porta da igreja me disse que eu não estava só!”
Foi lá na cerimônia que a “ficha caiu” de verdade. Foi lá que ela entendeu que ali estava mais que uma homenagem, mais que porta-retratos, mais que um buquê bonito pra fotos. Ali estava sua família! Ela estava completa e lhe encaminharia ao seu tão amado noivo, que também havia tomado para si a responsabilidade de fazer aquela menina feliz!
“Me emocionei muito! Eles estavam ali, fisicamente e espiritualmente, eles estão nas fotos! A família estava completa!”
E não foi só Liana que se emocionou. Todos queriam ver aquele buquê!
“As pessoas do hotel, que nunca me viram na vida, se emocionavam! Na igreja as pessoas queriam ver, pegar, choravam ao ver tio Ribamar, tia Dora, Daniel… Foi muita comoção! Nem sei como agradecer tanto carinho! Aproveito a oportunidade para agradecer à Desirée!”
Hoje os porta-retratos estão guardados em um lugar muito especial: na gavetinha do quarto da Sofia, fruto desse amor!
“As fotos estavam penduradas, e um dia minha filha perguntou o que era. Contei a história e ao final ela pediu: posso guardar comigo? E foi assim… Um dia me levaram ao altar e hoje estão guardando o soninho da Soso.”
E a família continua completa e crescendo.
Laura e Luiz (meu 1º casamento)
Queria entrar com meu pai e entrei!
In memoriam – pai da noiva
Agora vou contar minha história. Sim, eu também tive um convite de casamento com o in memoriam ao lado do nome do meu pai.
Meu pai morreu tão cedo que eu quase não conheci. A imagem que eu tenho dele é um mosaico que vem das fotos e das histórias que eu amo escutar. E, como filha dedicada, garimpei essas histórias, fotos, tudo que era pedacinho dele eu guardei para me acompanhar. Mas as figuras masculinas que fizeram parte da minha vida foram 4 irmãos. Bastante atuantes.
Quando decidi casar na Igreja com meu 1º marido, a única coisa que eu queria era entrar com meu pai. E isso não era possível, claro. Na impossibilidade de entrar com ele… quem seria? Como escolher um dos 4 irmãos, como escolher outra pessoa com esse tanto de irmão?
Foi aí que a minha mãe, a Thais de Carvalho Dias, uma cerimonialista carioca cheia de soluções, resolveu tudo. Entrei com meu pai e com meus irmãos.
Ganhei de presente da Ibi de Los Heros, uma grande artista colombiana e muito amiga da minha mãe, um camarfeu de ouro branco com brilhantes com a foto do meu pai. A gargantilha mais linda que alguém poderia ganhar!
Meus irmãos se revezaram no caminho do altar. Entrei com o Renato que a certa distância me entregou para o Miguel que me passou para o João e o Fernando me entregou ao Luiz. Eles entraram antes de mim e ficaram cada um em suas marcações e conforme eu aproximava um irmão cumprimentava ou outro e me passava.
Confesso que tinha medo deste troca troca de irmãos na nave da igreja, mas a Igreja de Nossa Sra do Monte do Carmo é enorme e ficou lindo. Os convidados choraram litros e eu fiquei muito feliz com esse cortejo que simbolizou perfeitamente a minha história.
Entrei completa: com meu pai no colar, meus irmãos ao meu lado e minha filha Helena na barriga.
Esta pandemia levou muitas pessoas importantes para nós, que farão muita falta nos encontros de família, e principalmente nos casamentos. Se você tem alguém que gostaria que fosse lembrado no dia do seu casamento, não deixe de conversar sobre isso, para além do In Memoriam no convite é possível fazer homenagens lindas.
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